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Entrevista do Prof. Fernando Pinho - revista Pontos de Vista

01-06-2021

Na qualidade de Professor e Investigador e Responsável pela Pós-Graduação em Construção e Reabilitação Sustentável da NOVA SCHOOL OF SCIENCE AND TECHNOLOGY | FCT NOVA, como nos pode descrever a evolução deste setor em Portugal?
O setor sofreu um forte impacto resultante da crise financeira e económica de 2008. Porém, principalmente a partir de 2011, sobretudo devido ao aumento da atividade ligada ao setor do turismo que então se começava a observar, a reabilitação urbana sofreu um importante incremento, também impulsionado pelo Decreto-Lei n.º 53/2014, criticado por vários especialistas do setor, por incluir constrangimentos ao nível da reabilitação sísmica. Esta situação foi, entretanto, ultrapassada com a publicação do DL 95/2019, que estabelece o novo regime aplicável à reabilitação de edifícios ou frações autónomas. A par das obras de reabilitação de edifícios, a construção nova tem mantido também um forte dinamismo após a crise de 2008.
Em 2020, com o surgimento da pandemia COVID-19, a economia mundial, e, por conseguinte, a economia portuguesa sofreram uma retração histórica. Porém, o setor da Arquitetura, Engenharia e Construção (AEC) foi um dos poucos que se manteve em atividade, contribuindo desta forma para atenuar as dificuldades sociais e económicas de uma grande parte dos seus intervenientes, e da sociedade portuguesa em geral.

O BIM (Building Information Modelling) surge na indústria como uma solução de modernização e de reestruturação, estimulando a colaboração entre os seus agentes, incentivando a desmaterialização e elevando a importância de se obterem melhores desempenhos e processos mais eficientes. Trata-se de um novo paradigma na digitalização, tanto na Reabilitação Urbana como na Construção e na Engenharia?
Sim. O BIM está a revolucionar o setor AEC, pelas grandes melhorias que permite obter ao longo do processo construtivo de um empreendimento, e durante a sua exploração. Essas melhorias refletem-se, para além das referidas na formulação da questão, na qualidade global de todo o processo, por exemplo, ao permitir prever e antecipar possíveis incompatibilidades entre projetos de especialidades, simular diferentes soluções para um mesmo objetivo/função (analisando os correspondentes custos e impactos ambientais) e apresentar ao promotor o aspeto final da obra, muito antes do início da sua construção.

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